domingo, 29 de abril de 2007

"Os filósofos apenas interpretam de modo diferente o mundo; o que importa é transformá-lo"(Adolfo Sánchez Vázquez)

A tese muitas vezes apresentada não é no entanto em seu contexto prático entendido e aplicado como se deveria, e isso ocorre devido a uma errônea interpretação dos seus fundamentos onde se encontram implícitos as questões fundamentais da práxis filosófica e da teoria que por sua vez a subsidia.
Com isso o corte exposto esboça dois sentidos a serem alcançados . O primeiro deles visa revelar o caráter filosófico da importância do saber , de interpretar, buscando uma verdadeira visão de mundo constituída a partir de uma análise efetivamente crítica. Já o segundo ponto apóia-se no primeiro para ser efetivado, qual seja? Transformar a partir do saber. Mas toda essa tese só entra na prática quando posta em choque com a evidência real de mundo , afinal precisamos ter o que mudar. Dessa forma a relação fundamental se sustenta na premissa que identifica o mundo como o objeto, ou seja, o mundo identificado como objeto de nossas transformações.
Assim sendo vos passo outra frase daquele que foi considerado o maior artífice da revolução social do século XX. Disse Certa vez Lênin : “Sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário possível .” Percebe-se que as teses filosóficas que encaram a negativa de uma prática ou de uma teoria não associadas incorrem no absurdo de seu próprio sucesso . Essa mesma conclusão é advinda também por parte de Marx , quando o mesmo , na primeira tese de Fuerbach reconhece o problema do conhecimento se submetido à crítica do materialismo ou do idealismo .
Não pense você que ao dizermos "mudança" de mundo estamos falamos de algo fora de sua alçada, não ! Mudar o mundo a partir de uma filosofia é em primeira instância reconhecer os objetos pelos quais a relação da atividade humana se configura e como conseqüência efetivar sua transformação, a revolução começa dessa forma . Quando a essa práxis filosófica passa a ocupar o ponto central das ditas atividades humanas temos uma reviravolta no modo de vida ordinariamente humano. Com isso o ordinário passa a ser extraordinário e os pensamentos filosóficos outrora pensados subsidiam um revolução . E todos sabemos que a mudança é o primeiro passo de uma revolução , e sendo ela adquirida através do exposto em que a premissa fundamental é interpretar para transformar não há como negarmos a possibilidade de revolução no cenário humano , não importando se seja mínimo ou máximo de existência será sempre ela revolução .
Sendo assim será que não é possível fazermos todos os dias “pequenas” mas dignas revoluções ? Por que só de mudar um pouco que seja afim de melhorar no mínimo as nossas vidas e por que não até a dos outros já vale muito para um país que pede essa ajuda que é o nosso Brasil. Jogar o lixo na lixeira, dizer um bom dia, esboçar um sorriso, pedir por favor ou agradecer...- sabemos que isso não é difícil, o que falta mesmo é atitude para mudar essas circuntâncias , e como querer mudar sem dar um passo de atitude?

3 comentários:

Anônimo disse...

Saudações, amigo Bucentauro! Antes de tudo, te agradeço por, mais uma vez, se fazer presente no MN e, da mesma forma, enriquecê-lo com teus inteligentes comentários. Obrigado! Sobre o tema que desenvolveste, após refletir sobre a relação das teorias revolucionárias com sua práxis, você indaga com propriedade: "Será que não é possível fazermos todos os dias 'pequenas' mas dignas revoluções"? Respondo usando um trecho de uma canção do grupo inglês Depeche Mode: "Você não pode mudar o mundo, mas pode mudar os fatos. E quando você muda os fatos, muda pontos de vista. Quando você muda pontos de vista, talvez mude um voto. E quando você muda um voto, talvez mude o mundo". Ou seja, sim, é possível realizarmos pequenas e dignas revoluções sim na nossa prática cotidiana, a começar por nós mesmos. Acredito que quando tomamos uma postura digna, honesta (no sentido de verdadeira, sincera), nos tornamos referenciais e, meio que sem perceber, provocamos em outras pessoas um "insight", necessário a ela para a própria transformação. Termino citando Gandhi: "Acredito na essencial unidade do homem, e, portanto na unidade de tudo o que vive. Por conseguinte, se um homem progredir espiritualmente, o mundo inteiro progride com ele, e se um homem cai, o mundo inteiro cai em igual medida". Grande abraço!

Anônimo disse...

Mudar é contínuo. Por que é dificil para as pessoas praticarem?
O que falta para despertar a ansia de mudança, de revolução, dos brasileiros?
Depende apenas dos filosofos?
Bucentauro, meus parabéns por sua iniciativa. Gostaria apenas de lhe deixar um abraço. Não deixarei de ler seu blog. Ficou muito bom.

Bucentauro disse...

Tanto ao Debison quanto a beija-flor-Go , dizer que muito Interessante os comentários pq conseguiram entender a mensagem do texto e irem além formulando indagações o que enobrece ainda mais o blog com o brilho do pensamento de vcs. E que venham as mudanças pois "tudo muda menos a mudança" talvez dessa forma possamos ir além, a filosofia é apenas um dos muitos subsídios .